Primeiramente, nos últimos anos, a busca por procedimentos cirúrgicos com recuperação mais rápida e previsível tem motivado o desenvolvimento de novas técnicas na cirurgia plástica. Uma das abordagens que mais tem se destacado é o protocolo R24, reconhecido por sua proposta de recuperação funcional em até 24 horas após a realização da cirurgia de mama.
Inicialmente, diferente de técnicas tradicionais, o protocolo R24R não se limita ao ato cirúrgico em si. Trata-se de um conjunto de práticas integradas que envolve o pré-operatório, a execução da cirurgia com foco em hemostasia precisa e anestesia de curta duração, e um pós-operatório orientado por movimentações precoces e retorno progressivo à rotina.
Logo, neste artigo, vamos apresentar uma visão ampla sobre o que é o R24R, quais princípios sustentam a técnica, como é o processo de planejamento da cirurgia e o que se espera do pós-operatório. Enfim, a proposta é esclarecer, com informações baseadas na prática clínica, os diferenciais dessa abordagem cada vez mais adotada em consultórios especializados.
O que é o Protocolo R24R?
A sigla R24R significa “Real 24 Recovery“, que pode ser traduzida como “recuperação real em 24 horas”. O conceito foi desenvolvido com base em evidências clínicas que demonstram que, com ajustes no planejamento anestésico, na técnica cirúrgica e na orientação pós-operatória, é possível que a paciente retorne à sua rotina leve em um curto período, sem comprometer a segurança.
A técnica é aplicada, principalmente, em cirurgias de aumento mamário com implantes de silicone. Mas seu conceito se estende também a procedimentos combinados, desde que haja compatibilidade clínica com os critérios do protocolo.
Quais são os pilares da técnica?
O protocolo R24R é sustentado por três pilares fundamentais: a técnica cirúrgica precisa, o planejamento estratégico e o pós-operatório ativo. Entenda a seguir cada um deles:
1. Técnica cirúrgica precisa
A execução da cirurgia segue uma lógica de mínimo trauma tecidual. Para isso, são adotadas medidas como:
- Dissecção cuidadosa dos tecidos para evitar sangramentos;
- Uso de instrumentos que reduzem o trauma cirúrgico;
- Controle rigoroso da hemostasia (minimização de sangramentos);
- Escolha criteriosa do plano de inserção da prótese (dual plane);
- Ausência de drenos, quando possível.
Essas escolhas técnicas permitem que a paciente saia do centro cirúrgico com menor dor, menos edemas e menos necessidade de analgésicos potentes no pós-operatório.
2. Planejamento pré-operatório orientado
Antes da cirurgia, a paciente passa por uma consulta detalhada de avaliação, onde são considerados:
- Exames de imagem atualizados das mamas;
- Avaliação de flacidez, volume e simetria;
- Estilo de vida e nível de atividade física;
- Preferência pessoal sobre o resultado desejado;
- Histórico clínico e eventuais contraindicações.
Além disso, o planejamento inclui a escolha do tipo, volume e perfil da prótese, bem como a via de acesso. Essa fase é decisiva para garantir que a cirurgia atenda às expectativas da paciente e respeite os limites da anatomia.
Em suma, outro ponto importante é a orientação prévia sobre os cuidados no pós-operatório imediato. Alías, a paciente é instruída a se movimentar, levantar os braços gradualmente e retomar pequenas tarefas do cotidiano já no primeiro dia, sempre respeitando os limites estabelecidos.
3. Pós-operatório ativo e funcional
Agora, ao contrário do repouso absoluto comum em técnicas tradicionais, o protocolo R24R propõe uma abordagem funcional, com movimentação precoce e estímulo à retomada da rotina leve em até 24 horas após a cirurgia. A saber, essa recuperação acelerada é possível graças à associação dos seguintes fatores:
- Anestesia de rápida metabolização, que reduz os efeitos residuais no organismo;
- Técnica cirúrgica de baixo trauma, que minimiza dor e edemas;
- Orientações práticas sobre como sentar, levantar os braços e caminhar;
- Uso criterioso de analgésicos, evitando sedação excessiva.
Porém, vale destacar que a recuperação funcional não significa ausência de cuidado. Assim, o repouso é relativo, e a paciente deve seguir um ritmo gradual, retornando às atividades pesadas somente após liberação médica.
Em quais casos o protocolo pode ser aplicado?
O protocolo R24R é indicado principalmente para pacientes que buscam:
- Colocação primária de prótese de silicone;
- Rápida retomada de suas atividades cotidianas;
- Cirurgia com menor impacto físico e emocional;
- Redução do tempo afastada do trabalho ou da rotina familiar;
- Alternativa moderna com foco em bem-estar e eficiência.
Contudo, a elegibilidade depende de uma avaliação clínica rigorosa. Pacientes com histórico de cirurgias mamárias anteriores, alterações estruturais importantes ou condições médicas específicas podem não se beneficiar do protocolo completo.
Sobretudo, realizo essa escolha de forma personalizada, sempre em conjunto com a paciente, considerando todos os fatores que influenciam na segurança e na previsibilidade da recuperação.
Efeitos esperados após 24 horas da cirurgia
Todavia, nas primeiras 24 horas após a aplicação do protocolo, é comum observar:
- Boa mobilidade dos braços;
- Capacidade de tomar banho e se vestir com autonomia;
- Dor controlada com analgésicos simples;
- Ausência de náuseas ou sedação prolongada;
- Bem-estar emocional preservado.
Logo, é importante ressaltar que cada organismo reage de maneira diferente. Apesar da proposta de retorno funcional em um dia, algumas pacientes podem precisar de mais tempo para se adaptar, especialmente se houver baixa tolerância à dor ou histórico de cirurgias anteriores.
Resultados e acompanhamento pós-operatório
Também, os resultados estéticos iniciais são visíveis já nas primeiras semanas. Com o passar dos meses, as mamas ganham um aspecto mais natural, porém, à medida que o inchaço diminui e a prótese se acomoda ao novo espaço.
Além disso, o acompanhamento pós-operatório inclui consultas periódicas para avaliação da cicatrização, orientação sobre exercícios, uso do sutiã cirúrgico e revisão do posicionamento da prótese. Além disso, também oriento a paciente a manter exames de imagem regulares, como ultrassonografia e, quando necessário, ressonância magnética, para acompanhar a integridade das próteses.
Quais os principais diferenciais do protocolo R24R?
- Agilidade na recuperação, com retorno à rotina leve em até 1 dia;
- Menor impacto emocional, por reduzir a dependência de terceiros no pós-operatório;
- Menos dor e desconforto, por conta da técnica menos invasiva;
- Ausência de drenos, na maioria dos casos;
- Planejamento integrado, que une precisão cirúrgica, técnica anestésica e suporte pós-cirúrgico.
Esses diferenciais têm atraído pacientes que desejam realizar a cirurgia de forma segura, com impacto mínimo em sua rotina pessoal e profissional.
Conclusão
Por fim, o protocolo R24R representa um avanço relevante na cirurgia plástica de mama ao propor uma recuperação funcional baseada em técnica, planejamento e conduta ativa. Não se trata apenas de “voltar a se movimentar rápido”, mas de uma filosofia de cuidado que valoriza a experiência da paciente em todas as etapas antes, durante e depois da cirurgia.
Pacientes que consideram essa abordagem devem buscar avaliação com uma profissional qualificada, que domine os fundamentos do protocolo e possa indicar sua viabilidade de forma honesta e personalizada.
Em suma, o sucesso da técnica não está apenas no retorno rápido, mas na combinação entre segurança, previsibilidade e qualidade de vida no pós-operatório.
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