A princípio,  gestação e o período da amamentação provocam transformações importantes no corpo feminino e uma das regiões mais impactadas são as mamas. Durante esse ciclo natural, os seios aumentam de volume para acomodar a produção de leite, sofrem alterações hormonais e, posteriormente, enfrentam um processo de regressão. Esse vai e vem de estímulos pode resultar em flacidez, perda de firmeza e queda mamária. Para muitas mulheres, a mastopexia após a maternidade é uma alternativa eficaz para restaurar a forma das mamas e recuperar a harmonia corporal.

A cirurgia, que também pode ser chamada de lifting de mamas, é voltada para pacientes que desejam levantar os seios e corrigir a sobra de pele, sem necessariamente aumentar o volume. É indicada, principalmente, para mulheres que se sentem desconfortáveis com a aparência dos seios após a maternidade e buscam uma solução que respeite a naturalidade do corpo.

Inicialmente, neste artigo, você vai entender o que é a mastopexia, como ela age sobre a flacidez, quando é indicada, quais são as opções com ou sem prótese, e como é o processo de recuperação.

Como a maternidade afeta as mamas

Primeiramente, durante a gravidez, é comum que as mamas aumentem de tamanho de forma considerável. Isso ocorre em função da ação de hormônios como estrogênio e progesterona, que estimulam o desenvolvimento das glândulas mamárias. Ao longo da amamentação, esse volume pode se manter ou até variar de acordo com a produção de leite.

Após o desmame, no entanto, há uma tendência de redução do volume glandular e, muitas vezes, o que sobra é pele. Essa perda de sustentação natural leva à flacidez e, em alguns casos, à ptose mamária (queda do tecido mamário). O grau dessa queda pode variar de leve a severo, e nem sempre o retorno ao peso corporal anterior reverte essas mudanças.

Além disso, o tempo, a gravidade e a estrutura genética da pele influenciam na recuperação da firmeza das mamas. Por isso, muitas mulheres, mesmo jovens, podem apresentar sinais importantes de flacidez logo após o fim da amamentação.

Mastopexia após a maternidade: o que é mastopexia e como ela atua

A mastopexia após a maternidade é uma cirurgia plástica que tem como objetivo principal levantar as mamas, reposicionando o tecido mamário e a aréola, além de remover o excesso de pele que causa o aspecto caído.

Ao contrário da mamoplastia de aumento (prótese de silicone), a mastopexia pode ou não envolver o uso de implantes. Em casos onde há volume suficiente, a cirurgia pode apenas remodelar e reposicionar os tecidos. 

Defino a técnica de acordo com o grau de flacidez, o tipo de pele, a presença ou não de glândula mamária e o resultado desejado pela paciente. Avalio cada caso individualmente para escolher o padrão de incisão mais adequado, que pode ser ao redor da aréola (periareolar), vertical ou em T invertido.

Quem pode fazer a mastopexia após a maternidade?

A cirurgia é indicada para mulheres que:

  • Sentem que os seios ficaram caídos após a gravidez e amamentação; 
  • Apresentam sobra de pele visível ou flacidez significativa; 
  • Desejam reposicionar as mamas sem necessariamente aumentar o volume; 
  • Estão com o peso corporal estabilizado e fora do período de amamentação; 
  • Têm expectativas realistas sobre os resultados; 
  • Não possuem contraindicações clínicas para cirurgia. 

É fundamental que a paciente tenha passado pelo desmame definitivo, já esteja em um momento estável do ponto de vista hormonal e não tenha planos de engravidar novamente em curto prazo, pois uma nova gestação pode comprometer os resultados.

Mastopexia com ou sem prótese: qual é a diferença?

Um dos pontos mais discutidos na consulta é a necessidade ou não de implantes de silicone. A escolha entre mastopexia com ou sem prótese depende de diversos fatores, entre eles:

  • Volume atual das mamas; 
  • Desejo estético da paciente (aumento de volume ou apenas levantamento); 
  • Presença de flacidez severa; 
  • Qualidade do tecido mamário. 

Mastopexia sem prótese:

  • Indicada quando há volume suficiente; 
  • Prioriza a naturalidade; 
  • Remove excesso de pele e remodela a mama existente; 
  • Não inclui material externo no corpo. 

Mastopexia com prótese:

  • Indicada quando, além da flacidez, há perda significativa de volume; 
  • Proporciona mais preenchimento, especialmente no polo superior; 
  • Combina lifting com aumento; 
  • Requer planejamento adicional quanto ao tipo, tamanho e posicionamento do implante. 

A decisão é sempre personalizada e tomada em conjunto entre paciente e cirurgiã, após exames físicos, análise de fotos e definição clara dos objetivos da cirurgia.

Como é o pré-operatório da mastopexia?

A fase pré-operatória envolve uma série de etapas importantes:

  • Avaliação clínica detalhada; 
  • Solicitação de exames laboratoriais e de imagem; 
  • Discussão sobre tipo de cicatriz, volume desejado, simetria e expectativa realista; 
  • Planejamento do pós-operatório e orientações específicas sobre cuidados antes da cirurgia. 

Além disso, a paciente deve estar com a saúde em dia, suspender uso de medicamentos que aumentem o risco de sangramento (como anti-inflamatórios), e manter hábitos saudáveis. Logo, o preparo emocional também é importante, já que toda cirurgia exige comprometimento e tempo de recuperação.

Recuperação e cuidados no pós-operatório

O pós-operatório da mastopexia após a maternidade exige atenção, mas costuma ser bem tolerado. Os principais cuidados incluem:

  • Uso de sutiã cirúrgico por tempo determinado;
  • Evitar esforço físico intenso, principalmente com os braços, por pelo menos 30 dias;
  • Dormir com o abdome para cima;
  • Não levantar peso ou carregar crianças pequenas nas primeiras semanas;
  • Seguir rigorosamente as orientações médicas quanto à higiene, alimentação e medicação. 

A dor geralmente é leve e controlada com analgésicos. O retorno ao trabalho pode ocorrer em torno de 10 a 15 dias, dependendo da atividade profissional.

Cicatrizes: o que esperar?

Toda mastopexia envolve algum tipo de cicatriz, cuja localização e extensão variam conforme a técnica escolhida. As mais comuns são:

  • Periareolar: ao redor da aréola (em casos leves); 
  • Vertical: da aréola até a base da mama; 
  • T invertido: combina periareolar, vertical e uma linha horizontal na base da mama (em casos mais complexos). 

Assim, a qualidade da cicatrização depende da genética da paciente, da técnica cirúrgica e dos cuidados pós-operatórios. Com o tempo, as cicatrizes tendem a clarear e se tornar discretas, podendo ser tratadas com cremes, placas de silicone e laser, se necessário.

Resultados esperados

A mastopexia tem como objetivo restabelecer a firmeza e o contorno das mamas, elevando a posição do tecido e da aréola, proporcionando simetria e proporção com o restante do corpo. Assim, os resultados costumam ser duradouros, desde que a paciente mantenha o peso corporal estável e adote um estilo de vida saudável.

É importante destacar que a cirurgia não impede o processo natural de envelhecimento da pele, mas contribui para uma melhora significativa na autoestima e na relação da paciente com o próprio corpo após a maternidade.

Por fim, a mastopexia após a maternidade é uma solução eficaz para mulheres que enfrentam flacidez mamária após o ciclo de gestação e amamentação. Mais do que uma cirurgia estética, ela representa uma oportunidade de reconexão com a imagem corporal e com a autoestima.


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